Encaixe da mordida: cirurgia ou tratamento ortodôntico?
Dentes desalinhados e problemas com o encaixe da mordida. Qual é o tratamento indicado para esses casos? O mais utilizado é o uso de aparelho ortodôntico. No entanto, quando os ossos que sustentam os dentes estão com dimensões anormais ou mal posicionados entre si, haverá a necessidade de cirurgia.
De acordo com o especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial e mestre em lasers em odontologia, Silvio Mauro Gallon, da Clínica Arte e Face de Chapecó, a notícia da cirurgia surpreende muitos pacientes, mas não há outra alternativa para alinhar os dentes ou acertar corretamente a mordida quando o problema está nos ossos da face.
Nos tratamentos ortocirúrgicos, como são chamados, a combinação entre o uso de aparelhos e intervenções cirúrgicas é a solução adequada para o caso. “Alinhar os dentes em ossos mal posicionados é permitir que fiquem instáveis e suscetíveis a lesões. Nossos dentes funcionam com constante força de aperto entre si e, se estiverem desalinhados, se desgastarão precocemente, além de se quebrarem e perderem a sustentação”, explica o cirurgião-dentista.
Para entender a complexidade de cada caso, é necessário um plano de tratamento minucioso e detalhado, combinando experiências do cirurgião e do ortodontista. “Juntos, eles escolhem o melhor caminho, optam pela remoção ou não de dentes instáveis, planejam a ordem das etapas do tratamento e finalizam o caso adequadamente”.
No início do tratamento, o paciente deve consultar o cirurgião e o ortodontista. Dessa forma, pode passar as suas queixas, orientar os profissionais quanto à sua percepção e receber todas as instruções necessárias à decisão do tratamento. “Geralmente, o tratamento leva de dois a três anos e pode ter uma ou duas cirurgias no decorrer desse período. Na maioria dos casos, os dentes são alinhados previamente para, depois, realizar a cirurgia. Porém, o procedimento pode ser indicado no início do tratamento, dependendo da avaliação dos profissionais”, complementa.
Gallon observa que muitos pacientes, diante da informação de que devem operar, saem em busca de profissionais que tratam o caso sem a realização da cirurgia. “Infelizmente, às vezes encontram, seja por inexperiência do profissional em diagnosticar ou por despropósito na condução do caso. Quando isso acontece, e o tratamento é feito ignorando a necessidade da cirurgia, as consequências podem ser desastrosas, levando ao aumento das retrações de gengiva, perda precoce dos dentes e retorno do problema em alguns anos”, ressalta.
As preocupações do paciente com relação às cirurgias podem ser reduzidas quando há diálogo com os profissionais, que podem transmitir mais segurança. Antes do tratamento cirúrgico são realizadas cirurgias experimentais em modelos de gesso para decidir o melhor posicionamento dos ossos. As fotografias e tomografias também são avaliadas, além de ser executado um exame clínico com medidas diretas das proporções faciais, tudo para tornar o tratamento preciso. “É importante destacar que as cirurgias ocorrem em ambiente hospitalar e sob anestesia geral, ou seja, é um procedimento seguro, exaustivamente planejado e que permite ao paciente uma checagem prévia do seu estado de saúde, reduzindo os riscos”, finaliza.
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